Mas adiante. Nunca tinha lido nada de Salman Rushdie e comecei precisamente pelas suas memórias. Ora, ao longo delas, vai falando do processo de escrita dos livros que produziu quando vivia escondido e sob protecção policial, mas também dos livros que escreveu antes da fatwa e mesmo daquele que levou a que alguns entendessem que devia ser assassinado pelo que havia escrito. Não sendo, então, um autor que conhecesse particularmente, fiquei com uma séria vontade de ler os seus romances e contos. Em casa tinha Os Filhos da Meia-Noite, o seu primeiro sucesso, Fúria e Shalimar, o Palhaço. Aproveitei uma promoção da Wook e comprei O Último Suspiro do Mouro e o volume de contos Ocidente, Oriente. Aparentemente comprei os últimos exemplares, uma vez que ambos surgem agora como esgotados na Wook. Portanto, em breve, lançar-me-ei nos domínios romanescos de Salman Rushdie. Por agora, continuo a ler O Sino da Islândia e a tentar perceber se gosto ou não...
quarta-feira, 4 de março de 2015
Joseph Anton: o balanço e as consequências
Ler as memórias de Salman Rushdie (ou melhor, do tempo em que viveu escondido e sob o nome "Joseph Anton") foi uma experiência daquelas... A sensação de claustrofobia que fica daqueles anos em que viveu escondido e tendo sobre ele a ameaça da fatwa iraniana é avassaladora. Há muitas coisas naquele livro de que não gostei, contudo não deixa de ser um testemunho impressionante de alguém que amargou muito pela liberdade de expressão e, particularmente, pela liberdade de expressão na literatura. Também é revoltante a forma como primeiramente se permitiu que tudo acontecesse e como muitos (inclusivamente escritores) encheram a boca para dizer que, ao escrever blasfémias em Os Versículos Satânicos, o escritor procurara esse castigo e, portanto, merecia-o. Como pôde ser possível? E o pouco que se fez para corrigir este disparate todo... Enfim, é um livro que, infelizmente, ao tratar de uma situação que terminou há menos de vinte anos, acaba por ser muitíssimo actual devido a tudo o que vivemos de momento com os cartoons do Charlie Hebdo e não só.
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Gosto muito de Rushdie, por vezes as deusas e deuses confundem-me um bocado mas vale a pena.
ResponderEliminarTenho e li "O sino da Islândia" e não gostei
Pois, eu vou ainda experimentar o Rushdie romancista. Depois conto como foi. Quanto ao Sino da Islândia, estou um bocado sem saber o que pensar... Ora tem partes em que quero mesmo saber o que vai acontecer, ora tem outras em que penso «E aí vem mais do mesmo: o tipo a ser sovado e um monte de coisas que cheiram mal.». Não sei... Vou continuar e ver no que isto dá. :)
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