Há uns anos a moda eram uns powerpoints cheios de imagens profundas de casas de campo e de crianças a brincar com animais, pomposamente decorados com frases profundíssimas sobre a amizade e a vida. Muitos foram os flagelados por estas lindas e virais declarações de amor/amizade/necessidade de reflexão. Também eu abri alguns destes powerpoints, principalmente no início da moda, quando ainda me deixava enganar. Depois, quando via que o email tinha anexo e percebia que o mesmo era um powerpoint, apagava-o e nem tinha problemas de consciência com isso. Recebi tanto email com «Amizade» escrito no assunto, enviada por gente que, fora essas mensagens ranhosas, não me ligava um caracol ao longo do ano... Por isso não passava cartão nenhum a estas coisas. Aliás, até ligava um bocadinho, já que achava aquelas coisas pseudoprofundas muito ridículas. E às vezes vinham de pessoas que eu até tinha como inteligentes e com muito mais de meia dúzia de neurónios funcionais.
Depois desta moda, vieram as fotografias com mensagens igualmente cheias de sentido publicadas nos murais do Facebook deste mundo. E é ver desde o mais totó ao mais sabido «citar» Carl Jung, Freud, Einstein, Pessoa, Shakespeare entre outras sumidades do pensamento europeu e do mundo. Uma coisa linda! Depois vêm os «gostos» às carradas. «Ao enxergar os defeitos dos que me são próximos, conheço-me melhor.», imaginemos como possibilidade de frase profunda publicada no fêbê. Gosto, gosto, gosto, gosto, gosto. A pessoa fica contente porque o «seu» pensamento profundo devidamente ilustrado tocou os outros habitantes da rede social. Yeeeeeeeey! E assim vai girando o mundo.
Camões nos bancos da escola? Não! Pessoa no décimo segundo ano? Um terror. Clássicos da literatura? Deus me livre e guarde disso. Livros que não incluam sombras e um gajo com nome de cor triste? Não gasto disso. Mas imagens com coelhinhos onde constem frases boas para uma pessoa meditar enquanto bate um bolo de iogurte, ai isso sim, isso gosto. Venham elas! Powerpoints enviados em cadeia com histórias tocantes, quantos mais melhor. Publicações no mural do Facebook que começam por «Às vezes» ou «A vida», gosto muito! Enfim, é isto. Detesto essas porras e a quem se lembrar de mas enviar, sirva esta quixotada de aviso para que tal não aconteça. Agradecida.
Notinha: Termino com o refrão de uma conhecida canção, cujo autor não cito porque aparecem-me cinco nomes diferentes e não sei de quem é realmente a letra, mas que copiei daqui. É isto que farei a quem me mandar powerpoints e coisas fofinhas. Apreciem lá:
«Eu vou-te deletar-te,
E excluir do meu orkut,
Eu vou-te bloquear no MSN,
Não me mandes mais,
Scraps, nem e-mails,
Power points,
Me exclui também,
E adiciona ele...»
E excluir do meu orkut,
Eu vou-te bloquear no MSN,
Não me mandes mais,
Scraps, nem e-mails,
Power points,
Me exclui também,
E adiciona ele...»
Filha,
ResponderEliminarQue tal está? Hace mucho que não vinha aqui ao seu estabelecimento. Também sou uma pessoa ocupada, sabe? Mas bem, vamos ao que interessa.
Não me diga que anda recebendo e-mails com mensagens do Jesus e com meninos de mão dada, enquanto corações pululam em seu redor! Sabe o que é que fazia a esses meninos? Porrada de meia-noite (pronto, agora lá vem toda a gente que comenta isto dizer que sou desumano e que as crianças são o melhor do mundo... Até são, mas quando estão a dormir profundamente)!
Eu também recebi, em tempos, essas mensagens, mas olhe... tudo para o lixo. Quanto às cousinhas no fêbê, se for ver bem quem as publica... dá dó! Já se sabe que quando a populaça se junta toda... sai asneira na certa.
E posto isto, nada mais tenho a acrescentar. Desejo-lhe uma boa soirée, na companhia dos seus. Saúde e sorte para todos. Joguem sempre no euromilhões e façam raspadinhas porque nunca se sabe quando é que a sorte nos pode sorrir.
Com alegria no coração,
Filho
para meu espanto, hoje abri o e-mail e vi lá dezenas de e-mails com esses powerpoints lamechas, percebi pelo título e ainda não abri, e é verdade que agora gira tudo À volta do facebook, das imagens com mensagens etc.. e por enquanto é a moda, o que virá a seguir.
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