Não sei por que motivo as superfícies comerciais que vendem material escolar procuram ter disponíveis mochilas para meninas. Basta olhar para o portão de uma escola à hora da entrada para se perceber que uma parte significativa das meninas do terceiro ciclo e do secundário não usa nada disso. Andam com os livros debaixo do braço e levam ao ombro uma mala «de senhora» mais jeitosa do que a minha!
Percebi isso hoje enquanto esperava pelo autocarro. Diante de uma escola ia vendo o desfile que antecede a entrada e, minha gente, foi o suficiente para perceber como param as modas na Bershka e lojas similares. Lembrei-me de que também eu fui uma peneirenta de primeira, totalmente alérgica a casacos e capaz de passar um dia de Inverno rigoroso com apenas duas camisolas em cima do pêlo. E o melhor é que não tinha frio nenhum. Quanto à mochila, usei-a até ao secundário. Depois habituei-me à moda do «livro à chuva» e ainda hoje estou para saber como raio acartava sob a asa o caderno e os quatro livros de que precisava para um dia normal de aulas. Mistérios... A mochila só ia comigo de vez em quando. No décimo ano ainda me fez companhia, mas no ano seguinte dei-lhe folga e só a deixava sair em dias de visita de estudo. Como eu havia muitas mais meninas, por isso não me admira que hoje a situação esteja na mesma. Bem, na mesma não: eu levava os cadernos debaixo do braço e não usava mala jeitosa nenhuma. Já estas meninas que agora vejo coordenam a malufa com o resto da roupinha. Nunca cheguei a tanto, felizmente, até porque detesto malas e já na altura detestava. Tanto por este ódio por malas quanto pela indumentária das meninas só posso concluir que há mesmo coisas que nunca mudam.
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