sábado, 29 de dezembro de 2012

Os eleitos

Parece que anda toda a gente em maré de balanços. O ano foi assim, assado e cozido. Gostei muito de ir aqui, ali e acolá. Beijei o X, o Y e o Z na boca. Muito bom. Por aqui não se farão desses balanços: longe vai o tempo em que gastava o tempo em momentos nostálgicos por mais trezentos e sessenta e cinco dias que ficaram para trás. Mas, como sou uma «Maria vai com as outras», faz-se o balanço das leituras de 2012. Nada de muito profundo, minha gente, que não estou para isso. Só mesmo o apontamentozinho de quem leu muito e gostou de muitas coisas, mas que elege umas poucas para aconselhar ao mundo.
 
O livro que li este ano e de que mais gostei foi, na verdade, iniciado no ano anterior (faz precisamente amanhã um ano). No aeroporto de Barajas, e com muito tempo de espera pela frente, comprei uma edição de La Casa de los Espíritus, de Isabel Allende. Adorei aquele livro desde a primeira página e as suas personagens não me sairão da memória de tão inesquecíveis e bem construídas que são. O realismo mágico sul-americano está ali em toda a força e esplendor. Posteriormente li o Cien Años de Soledad, de Gabriel García Márquez, e percebi a que fonte foi Isabel Allende beber. Para o próximo ano ficará a leitura de outro dos seus romances. Só ainda não escolhi qual.
 
Já no final do ano li outro romance de que gostei bastante: Os Buddenbrook, de Thomas Mann. Dele falei há pouquíssimo tempo, por isso não me alongarei. No entanto, não deixo de vos aconselhar a leitura de um romance que retrata uma época passada e algumas ideias, felizmente, já ultrapassadas também. É a história do declínio de uma família que se perde devido a maus hábitos e manias. Fez-me recordar os romances queirosianos de que tanto gosto.
 
Dos romances lidos em 2012 vale ainda a pena destacar o primeiro volume de O Manuscrito Encontrado em Saragoça (o segundo volume ficará para 2013), A Servidão Humana, de Somerset Maugham (livro que me tirou o sono), A Assombrosa Viagem de Pompónio Flato (hilariante), de Eduardo Mendonza, e El Mundo, de Juan José Millás. No que aos contos diz respeito, o destaque vai indubitavelmente para Os Anjos Nus, de A. M. Pires Cabral. Da literatura brasileira, adorei ler o Farda, Fardão, Camisola de Dormir, de Jorge Amado, em que dois supostos escritores se batem por um lugar na Academia Brasileira de Letras. Brilhante!
 
Quanto à literatura infantil, neste ano também li umas coisinhas. O meu favorito foi, sem dúvida, A Toupeira que Queria Saber quem lhe Fizera Aquilo na Cabeça. Li, também, alguns da colecção «Viagens no Tempo», de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, e continuo a achá-los fantásticos. Gostei particularmente do que trata da Restauração da Independência, em 1640. 
 
Na Banda Desenhada, ri-me que nem uma louca com o Botando os Bofes de Fora, da colecção «Níquel Náusea». No que a biografias diz respeito, gostei bastante de ler o Bilhete de Identidade, de Maria Filomena Mónica.
 
Na área da História, o final do ano foi marcado por muitas «folheadelas» na História da Vida Privada em Portugal e na outra, a História da Vida Privada, de Georges Duby e Philippe Ariés. Fiquei fã.
 
Infelizmente não foi um ano em que lesse poesia. Acabou por ficar para trás. A maioria das minhas leituras são feitas nos transportes públicos ou antes de dormir e a poesia não merece esse tratamento. No próximo ano procurarei dar-lhe mais atenção.
 
E pronto. Em 2013 haverá mais, espero eu. Livros em atraso tenho muitos e, por isso, espero que o ano me permita ler mais ou, pelo menos, o mesmo que em 2012. O balanço é de quarenta e nove livros. Nada mau, han?...

1 comentário:

  1. Eu vou tentar ler mais em 2013... :D e vou continuar aqui a espreitar as tuas Quixotadas!

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