domingo, 18 de junho de 2017

Pedrógão Grande e uma dor que é nossa

Temos sempre a sensação de que as grandes tragédias acontecem longe daqui. Achamos que em Portugal nada acontece e que só aos outros estão destinados os acontecimentos trágicos que nos consternam, mas sem chegar verdadeiramente ao mais fundo de nós, porque a distância, queiramos ou não, sempre atenua estas coisas. Fomos Charlie, fomos Paris, fomos Londres, fomos Manchester... Hoje somos portugueses que não sabemos entender nem lidar com esta dor, com este choque tremendos. Como entender que um fogo florestal leve dezenas de vidas? Como suportar que gente nossa tenha morrido carbonizada nas suas viaturas, apanhada na mais terrível das armadilhas enquanto fugia de outras chamas? Custa a entender. Não estamos habituados a sentir isto, a perceber algo assim, a lidar de perto com isto. Hoje não há distância que atenue nada, hoje não nos metamorfoseamos para «sermos» o outro. Hoje somos nós próprios, despidos de tudo, e mais humanos não poderemos ser.

A todos os que perderam os seus familiares, amigos, conhecidos na tragédia de Pedrógão Grande, o blogue «As Minhas Quixotadas» envia as mais sinceras condolências. Aos bombeiros e a todos os que mais do que promete a força humana lutam contra um fortíssimo elemento, desejamos coragem e agradecemos, do fundo do coração. Portugal hoje não é nada que não seja português, sentindo-se pequenino de tanta tristeza, enlutado até à alma. 

Soube que os bombeiros precisam de água, frutas e outros alimentos. Se viverem por perto, poderão entregá-los em qualquer quartel de bombeiros da zona de Leiria, principalmente em Pedrógão, Castenheira e Figueiró dos Vinhos. Obrigada, desde já, por qualquer ajuda que possam facultar.

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