segunda-feira, 6 de junho de 2016

A Feira do Livro de Lisboa - Partes III e IV

Bom, desde a última quixotada sobre a Feira do Livro de Lisboa já lá voltei duas vezes: uma sozinha na tarde de sexta-feira e uma com o moço ontem à tarde. E que dizer? Há uma coisa que não revelo nem sob tortura que é o número de livros que já comprei na Feira deste ano porque é... Um número muito jeitoso. Mas posso atirar mais umas postas de pescada sobre o tema.

1. Depois de ter constatado que os pavilhões da Babel nunca me viam a cor ao dinheiro por serem os primeiros e por eu pensar sempre “depois já cá volto”, resolvi, na sexta-feira, iniciar a Feira ao contrário. Comecei pelos alfarrabistas e fui subindo. E não é que resultou? Quando cheguei à Babel vi como livros do dia os volumes da História de Portugal do Veríssimo Serrão e como só tínhamos até ao décimo segundo volume, lá vieram os seis que faltavam (a colecção é do moço e ele pediu-me para lhos trazer). De caminho veio também um Frankenstein e um Assim Falava Zaratustra a preço de livro do dia porque gastei tanto no pavilhão que a supervisora permitiu que me fosse feito esse miminho. Ainda me ofereceram marcadores e uns seis livrinhos de uma coleção gira da Babel. Foram impecáveis. 



2. Mantenho a sensação de que na sua maioria os descontos estão muito fraquinhos. Em vários livros vi descontos de três ou quatro euros e isso, para mim, não é o espírito da Feira do Livro. Mesmo os livros do dia em vários pavilhões não chegavam a ter um desconto por aí além. Claro, arranjou-se uma ou outra pechincha, mas ficaram por lá muitos livros porreiros precisamente por serem ridiculamente caros mesmo depois de lhes ser aplicado o desconto.

3. As esplanadas e os espaços dedicados à alimentação estão ali muito bem. Por exemplo, ontem chegámos à Feira e havia gente que nunca mais acabava. Subimos até à praça Leya e sentámo-nos na esplanada a beber uma cervejita. Quando nos levantámos já havia menos gente e aquela pausazinha soube-nos muito bem.

4. Consegui alguns livros que queria a preços mais convidativos (mesmo achando que ainda ficaram carotes). Exemplo disso é a Autobiografia de Thomas Bernhard que custa perto de trinta euros e veio por dezasseis euros e oitenta. Ainda é caro, bem sei, mas ou era isso ou nunca teria o livro.


5. Este ano a organização da Feira percebeu, finalmente, que a Feira sem multibanco era um verdadeiro DISPARATE e, portanto, colocou duas caixas, uma na entrada do primeiro corredor (o dos alfarrabistas) e outra no cimo do primeiro corredor (do lado da Relógio D’Água). Tendo em consideração que muitas das roulotes de produtos alimentares só aceita pagamentos em dinheiro, era coisa que fazia mesmo falta. 

6. Na Aletheia escolhi um livro e a menina que me atendeu tirou lá de dentro um exemplar que colocou num saco. Não vi o livro a não ser em casa e, nesse momento, entrei em ponto de ebulição, pois tive o desprazer de ver que na contracapa, numa parte branca, alguém tinha escrito uma espécie de código a caneta. Já estava a ponderar escrever um email dos bons à editora quando me lembrei de passar álcool na contracapa. Felizmente, aquilo saiu, mas não deixou de causar má impressão, até porque a funcionária viu o exemplar, virou-o para ver se a parte de trás estava também em bom estado. É difícil que não tenha visto que o livro estava escrito a caneta. Enfim, fica a atitude e o lamento de quem já comprou muitas coisas à Aletheia e que agora se sente decepcionada. Já agora, o livro foi este:


7. Consegui a metade do preço um livro que nunca pensei vir a comprar, mas li o início e fiquei interessada. Trouxe, então, para casa o Americanah, da Chimamanda Ngozi Adichie. Parece-me porreiro. Foi das poucas coisas que consegui comprar na Leya. Odeio a praça Leya desde que ela foi inventada ainda antes de existirem outras parecidas. Parece um mundo à parte e um mundo muito claustrofóbico. Além disso, os descontos também não são espectaculares, tirando algumas oportunidades como esta.


8. Anos depois chegam, finalmente, cá a casa os Contos de São Petersburgo, de Gogol. Aleluia!


9. Bem como o livro O Tempo das Criadas, da Tinta-da-China (aquela editora de onde apetece levar tudo, mas isso implicaria ficar sem carteira, basicamente). Apanhei-o como livro do dia e o preço até ficou mais simpático (podia ter ficado mais...).


E assim foi a minha feira em 2016. Espero não voltar lá mais porque se voltar tenho de assaltar um banco. Foi porreira, mas saiu-me cara. Ficam muitos livros por apresentar, mas já dá para terem uma ideia da loucura que foi. Para o ano há mais, com mais estantes disponíveis, espero. Ah, a maioria das imagens saiu, como bem se vê, da página da Wook.

2 comentários:

  1. A hora H compensa, mas pelos vistos não foste.

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    1. Não fui. Aliás, nunca fui à Hora H, principalmente porque ocorre durante os dias úteis e trabalho nos dias seguintes. Além disso, não moro nada perto da Feira e por isso o horário é mesmo desadequado. É pena porque acredito que valha mesmo a pena.

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