quinta-feira, 18 de abril de 2013

Estranhezas

Pois que o nosso presidente, Cavaco Silva, foi à Colômbia inaugurar a Feira Internacional do Livro de Bogotá onde Portugal será o país convidado. A presença de livros e de autores portugueses é, portanto, forte, servindo o evento para divulgar o que de melhor se faz nas nossas letras.
 
Após um discurso em que sobejamente se referiu o nome de José Saramago, Cavaco Silva não pronunciou o nome do nobel português durante a sua intervenção. Logo surgiram críticas: ir à América do Sul, onde a obra saramaguiana é adorada, e não mencionar o único escritor português distinguido com um nobel da literatura é estranho. A mim não me parece nada do outro mundo. Só se fala do que se conhece e o senhor Cavaco Silva conhece tanto da obra de Saramago como eu conheço as peças que compõem o motor de um navio. Se tivesse, aliás, conhecimentos literários para isso, nunca tinha permitido que durante um governo seu se desse aquela fantochada ao estilo inquisitorial por causa do Evangelho Segundo Jesus Cristo. A meu ver, mais estranho do que o nome de Saramago não ser dito por aquela suma sapiência é mesmo o facto de tal personagem abrir uma feira do livro. Mesmo sendo o nosso Presidente da República, não deixa de causar estranheza e incómodo a presença daquela pessoa a falar de livros e de autores. Ele, que ajudou a censurar um dos nossos maiores. É coisa que custa a perceber...

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