Almocei à frente da televisão e fiz um zappingzito. Cheguei àquele inenarrável canal que dá por nome de TLC. Estava a dar aquele programa que mostra uma espécie selvagem altamente perigosa e intrigante: a espécie das mães que inscrevem filhas minúsculas em concursos de beleza e que as põem a parecer pequenas porquinhas e tudo em nome de uma tiara. Mas, enfim, cada um sabe de si e se há quem goste de dar a uma filha o aspecto de uma senhora que se pode encontrar em algumas rectas do país, bem, é lá consigo. Agora, o que conseguiu ainda mais revolver-me o estômago foi o facto de numa das provas, aquela (pelo que percebi) que premiava a beleza facial (de crianças, recorde-se), o prémio serem... cachorrinhos.
Dar animais como prémio para qualquer coisa é capaz de ser das ideias mais idiotas que o ser humano já teve. E atenção que o Homem é prodigioso a ter más ideias! Portanto, colocam-se animais inocentes nas mãos de famílias que querem ter crianças a correr concursos de beleza, sem se saber antes se a família pode ou não ter um animal, se quer ter um cão, se tem condições e tempo para ele. O que interessa é ter prémios para dar às criancinhas maquilhadas e de pestanas falsas. O resto é dano colateral. BRILHANTE!
Quando penso que já batemos no fundo, eis que sacamos da picareta e da pá e lá vamos nós cada vez mais para baixo. Chega a ser surpreendente e digno de prémio (venha de lá o cachorrito)!
E agora que já contei isto, vou só ali pôr o meu Euromilhões. Sabe-se lá se não terão já substituído os milhões por gatinhos e eu gostava de ter mais um ou dois. Ou vinte, vá.
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