Sem saber que era do mesmo autor de O Sino da Islândia, que tenho na fila para uma leitura atenta, comprei este Os Peixes Também Sabem Cantar, do Prémio Nobel da Literatura Halldór Laxness. Gostei da sinopse, mas gostei principalmente do início do livro. Já aqui disse que as primeiras frases me levam tanto a comprar um livro (ou mais) que o resumo da contracapa. Uma boa primeira frase é tudo. Lembro-me de que foi pelo início de O Grande Gatsby que primeiramente me apaixonei por ele. Acredito que seja cruelmente difícil escrever um primeiro parágrafo que automaticamente leve o leitor a sentir-se obrigado a levar o livro para casa, mas, felizmente, há quem o consiga. Há escritores excepcionais, com um domínio invejável da palavra e das estratégias narrativas que conseguem com meia dúzia de palavras colar os leitores às páginas dos seus livros. Adoraria ter esse dom, nem que um pouco mais modesto, mas não fui fadada para incursões literárias e muito menos para bons começos. Tristeza.
Deixo-vos o início do livro.
«Um sábio disse uma vez que, para além de perder a mãe, não há nada mais saudável para uma criança do que perder o pai. Embora, com toda a franqueza, eu jamais pudesse subscrever semelhante afirmação, seria a última pessoa a rejeitá-la liminarmente. Naquilo que me diz respeito, se enunciasse uma doutrina do género, esta não denotaria qualquer vestígio de amargura em relação ao mundo, ou, melhor dito, não traria consigo a mágoa que implica o mero som destas palavras.»
Li o "Gente Independente" e gostei bastante. Tenho os dois que referes na prateleira em espera.
ResponderEliminarO Gente Independente não tenho, mas gostava de ter. A ver se o arranjo na Feira do Livro ou assim. Aliás, já é costume desgraçar-me no pavilhão da editora Cavalo de Ferro.
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