segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Fecha a boca!

Num destes dias, passou na RTP 1 o filme Rapariga com Brinco de Pérola, que é uma adaptação do romance homónimo, protagonizado pela Scarlett Johansson. 

Nunca li o livro e depois de ver o filme também não me parece que vá correr para o ler. Quando começaram a passar os créditos finais, a frase que me surgiu foi “E então?”. Achei aquilo muito desprovido de conteúdo, mas nem é sobre isso que vos quero falar. É a própria da Scarlett, que me deixou com os nervos em franja, a protagonita desta quixotada. 

Será que a moça não conseguia fechar a boca ao longo do filme? Bem sei que é criatura de lábios carnudos, mas daí a parecer um arenque acabado de pescar vai um passo grande. Ela passa o filme todo com os lábios entreabertos, como se uma sinusite crónica a impedisse de respirar correctamente pelo nariz. Além disso, passa todo o filme num equilíbrio enervante entre o ar de “Ai sou tão cândida que nem mostro o meu cabelo a ninguém!” e o de “Ó bem para este lábios e para o biquinho que consigo fazer SEMPRE com eles...”. Dá vontade de chegar lá e berrar-lhe “Filha, fecha a boca!”.

Pode haver quem a considere uma excelente actriz, mas eu acho-a assim “poucochinha”. E este uso e abuso de uma característica física sua não atribui grandeza nenhuma à sua prestação. O filme podia nem ser grande coisa, mas aquele exagero de boquinhas entreabertas e olhares dengosos ainda o tornam mais ridículo. 

A parte boa é que na lista de livros por ler cá de casa houve um que saltou fora para provavelmente dar lugar a outro mais merecedor de leitura. Que estes filmes sirvam para alguma coisa!

Adendazita: Comecei a ler o Istambul, de Orhan Pamuk. No fundo, é qualquer coisa como as suas memórias mais ligadas à sua cidade. Além do texto, o livro está cheio de fotografias a preto e branco que ou representam o autor ou a cidade e momentos por ele evocados. A escrita é magnífica e é um livro enternecedor. Ainda estou nas primeiras cem páginas, mas estou a gostar bastante. Gosto desta ligação tão íntima entre as memórias e os lugares que encontramos em Istambul

1 comentário:

  1. li o livro, não vi o filme. o livro é desprovido de conteúdo... fizeste bem :)
    PS: a descrição da sinusite? sou eu! ao ponto de fazer operação dia 15.

    ResponderEliminar