O meu gatito está um crescido. Fez ontem um ano que está connosco e, bom, olhar para fotografias dele há um ano e vê-lo agora é assustador. No final de 2013 eu tirava-o dos sítios mais inacreditáveis apenas com uma mão. Agora, quando entra na despensa tenho de pegar-lhe ao colo com as duas mãos e os braços inteiros, porque o queridinho deve estar a roçar (se é que não ultrapassou já) os seis quilinhos. Há um ano seguia-nos para todo o lado e agora... bem, essa parte não mudou nada. Continua a ser bichano para só estar bem com os donos debaixo de olho. E se me atrevo a entrar numa divisão da casa e a deixá-lo do lado de fora, é certinho que haverá todo um miado trinado e uma espera até que eu saia.
Hoje em dia o Sr. Gato dorme coladinho a mim. Enrola-se e encosta-se às minhas pernas. Esta tarde até conseguiu o prodígio de adormecer em cima das minhas pernas, enquanto eu própria fazia uma bela sesta num sofá de dois lugares. Como qualquer dono de gato sabe, se o bichano se deita em cima de nós, estamos oficialmente proibidos de perturbar-lhe o descanso movimentando-nos. Nem que isso implique dormências e dores: o bem estar do gatito primeiro. Portanto, lá estive perto de duas horas sem mexer as pernas, não fosse incomodar o pequeno patusco. Foi fofinho.
Agora também ganhou um novo hábito: enquanto fico no sofá do escritório a fazer trabalhos no computador, deita-se ao meu lado nas costas do sofá. Ele até tinha um sítio alto onde gostava de estar, mas parece que a dez centímetros da minha cara é muito melhor.
Já morde menos, embora ainda faça um bom uso da dentição que Deus lhe deu. Já não me faz tantas emboscadas para estourar-me com as pernas. Agora limita-se ao «toca e foge» de que os gatos tanto gostam: corre na direcção das minhas pernas, dá-me uma patada e continua a correr. Ele acha graça e eu também. Hoje de manhã aplicou essa estratégia, mas na minha cabeça, enquanto ainda estava deitada. Nunca pensei que pudesse apanhar um carolo de um gato, afinal parece que sim, que é possível.
Está um devorador. Se lhe desse toda a comida que quer já não tinha um gato: tinha um tigre. Já assim é um gato enorme, imagine-se se o engordasse. O Sr. Gato conseguiu fazer-nos olhar para os outros gatos, os europeus comuns, como minimeus. Quando vejo a gata que o meu moço tem em casa dos pais, pergunto-me sempre onde está o resto da bichana. É que o Sr. Gato tem o dobro do tamanho e menos uns sete anos do que ela. É um rapagão!
Enfim, é um mimado. Anda sempre atrás dos donos, mas de facto os donos também nunca deixam de o ter debaixo de olho. Dão-lhe o que podem e querem que seja feliz, como gostariam que todos os animais fossem. Sabem que não durará para sempre e sentem um aperto no peito só de imaginar que este peluche vivo que só mora connosco há um ano possa um dia não estar aqui. Nem eu nem o meu moço podíamos imaginar vir a gostar tanto de um bicho peludo e, note-se, que eu até gostava mais de cães. Mas este tipo é delicioso e é lindo e sabe conquistar qualquer um que com ele conviva. Não há nada a fazer: o Sr. Gato tomou-nos conta da vida, da casa e do coração.
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