sexta-feira, 5 de outubro de 2018

No Dia do Animal

Ontem foi Dia do Animal (e hoje é Dia do Professor...) e, por acaso, houve a coincidência não planeada de ser um dia diferente dos outros. Ontem, chegou cá a casa a nossa mais recente companhia. É uma cadelinha de quase cinco meses que teve um início de vida complicado ao nascer na berma de uma estrada muito movimentada. Viu um dos irmãozinhos ser atropelado e morrer na estrada. Foi resgatada pela associação Pé Ante Pata e foi de lá que veio, depois de a ter visto num anúncio de adopção.

Os dois felinos parecem ter percebido que ela não teve um início de vida tão tranquilo como o deles e estão a acolhê-la como se sempre tivesse estado cá. Ela é que ainda está assustada, mas aos poucos as coisas melhoram. Por agora ainda está a repôr as energias com uma loooonga soneca. 

Queridos, quixoteiros, dêem as boas-vindas àquela que doravante ficará conhecida como Madame Pochita. Que seja muito feliz. 


11 comentários:

  1. Querida Madame Pochita, que sejas sempre muito feliz e muito saudável na companhia do teus novos amigos :) .
    Beijinhos para ti e para a tua dona.

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    1. Ela agradece o cumprimento. :)

      Por agora já parece mais ambientada à casa. Brinca que se farta e rouba tudo o que apanha e que possa servir de brinquedo. Mas, o grande medo, ainda é ir à rua. Não estava habituada a coleiras, trelas e peitorais nem a ser passeada. Os barulhos da rua paralizam-na. Por enquanto estamos a dar-lhe algum tempo para se ambientar e vamos tentando que ela comece a dar mais confiança ao peitoral. Como só vai à veterinária no sábado, esta semana ainda vai ser gerida assim. Depois logo vemos o que ela nos diz.

      É muito brincalhona, mas não suporta as nossas mãos. Tem medo delas. Não quero imaginar a razão de todos estes medos: só quero que os perca.

      Espero que andes a fazer boas leituras. Eu agora ando de volta do gigantesco «O Pintassilgo», de Donna Tartt.

      Beijinhos. :)

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    2. :)
      Madame Pochita tem a mesma idade que a minha tinha quando foi encontrada na rua pela minha mãe. Sem ter estado com ela suponho que o ideal seria não “forçar” o contacto. O que certamente já fazem. Esse medo tem que ter fundamento. No entanto, passará. Passa quase sempre. Não te aflijas. Aos poucos irá procurar as mãos para os miminhos. Podes, para já, dar-lhe às vezes comida à boca.
      Quanto aos passeios: talvez e se possível ser passeada a horas e ou em zonas mais calmas. Para que se habitue aos poucos e sem imposições. Caso tenhas varanda podes também tê-la perto de ti para que ouça os barulhos vindos da rua ao mesmo tempo que a reconfortas no caso de se assustar. Dois coelhos, salvo seja :)
      Quanto a coleiras e trelas estou com Danilo Kiš: As coleiras/trelas são as coroas de espinhos dos caēs.
      Ela é linda, aposto que ainda cheira a bebé:)
      Tens o teu trio!

      De momento leio “ Longa vida de Marianna Ucrìa”, de Dacia Maraini. Estou muito no início, veremos.

      Beijinhos :)

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    3. Menti inconscientemente.
      Só hoje ao mostrar Madame a uns colegas reparei que ela tem quase cinco meses e não três. Comentei dizendo que tinha a idade da minha mais velha. Não importa, ambas estão/ estavam numa óptima altura para serem esterilizadas. Isso é saúde e longevidade. Antes do primeiro cio é o ideal. O cansaço é tramado. Trabalhar e fazer doutoramento é, por vezes, complicado.
      Madame Pochita é linda, houve um ohhh geral :)))

      Então, o livro de Maraini não me encheu as medidas. Lê-se bem, perspectiva feminista, no entanto, a mim, não acrescentou nada. Li “ Instinto de morte”, autobiografia do fora-da-lei Mesrine. Que mundos loucos existem. Não conseguia parar de ler. Estou de momento a ler “ Les Thibault” de Du Gard. Até hoje só li “Jean Barois”. Sem certezas acho que em português o título é “ O drama de Jean Barois”
      Espero que o teu livro esteja a ser óptimo e que Madame esteja mais ambientada e sem medos :)
      Beijinhos aos quatro.

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    4. Madame Pochita será esterilizada daqui a um mês, mais ou menos. Na próxima semana a veterinária vai ver-lhe as orelhitas e nesse dia marca a cirurgia. Infelizmente ainda está com muitos medos. Ainda não conseguimos que fizesse nada na rua. Só agora começa a «tirar a cauda de entre as patas». Vai ganhando confiança aos poucos. A coleira da Adaptil ajudou a sossegá-la um pouquinho e o Feliway fez milagres pelos gatos. Algum conselho para ajudar a Madame Pochita a perceber que É NA RUA que se fazem certas coisas?

      «O Pintassilgo» está a ser bastante curioso. O protagonista perde a mãe num atentado terrorista num museu em Nova Iorque quando é adolescente. A autora conseguiu apanhar muito bem as emoções de um miúdo que passa por um acontecimento traumático e que perde a única pessoa que quer saber dele no mundo. Mostra muitíssimo bem o que é um adolescente sentir-se um fardo que passa de mão em mão e que aprende a viver com o que tem, sem expectativas. Ainda estou longe de terminar, mas estou a gostar muito.

      Tenho ali o «Les Thibault» na estante. Creio que são vários volumes. Ainda não tive coragem de lhe pegar. Um dia...

      Ah, o Doutoramento... Acho que já desisti dessa ideia. Depois de não ganhar por duas vezes a bolsa da FCT acho que me convenci de que não é para mim. Se me sair o Euromilhões volto à ideia. Os preços dos Doutoramentos são obscenos. Mas desejo-te toda a sorte do mundo para tal empreitada. :)

      Beijinhos e boas leituras!

      Ps.: Há muito tempo que não pergunto pelo Michi (já não me lembro de como se escreve). Como vai o gato que se passeia?

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    5. Bom dia :)
      Para que percebam que é na rua que deve fazer as suas coisas há que levá-la a passear o máximo de vezes e sempre que possível à mesma hora. Quinze minutos após as refeições ou imediatamente, consoante a última descarga. Levar também a sítios onde não existam muitas distracções, carros, outros animais, pessoas. Usar frases como faz xixi, faz cocó, por exemplo. Se forem bem sucedida deve ser elogiada, claro.
      Não desesperes, chegará o dia em que a palavra rua despoletará saltos e animação :)
      Acho que é semelhante a ensinar as crianças a passarem da fralda para o bacio. Paciência e perseverança é a chave.

      O Michi está óptimo, obrigada. Continua a passear feliz da vida.
      Beijinhos e boa sorte.

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    6. Que maravilha de comentário. Cinco estrelas para mim!
      Comecei por generalizar e a meio cingi-me apenas a ela. E, claro,não faz sentido.



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    7. Ela já vai ficando mais à vontade na rua, mas só ainda tive direito a um chichi e foi de alegria quando conheceu um cão que queria brincar com ela. Fora isso, mais nada.

      A propósito de animais, estou a ler “A Quinta dos Animais”, do Orwell. Ainda não tinha lido (uma enorme falha). Que livro! É de uma verosimilhança inacreditável. Em tantos subentendidos, o autor foi notável: deixou bem à mostra o “modus operandi” dos regimes totalitários. E, fazendo a comparação, do modo como algumas empresas tratam os seus funcionários. É assustadoramente familiar o que ali se passa.

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    8. É dar tempo. Ela lá sabe da sua vida. Paciência, como escrevi num comentário :) Não fiques desencorajada. O dia chegará! :)

      Gostei muito do livro, está quase tudo ali, não é?

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