domingo, 1 de julho de 2018

Já ninguém escreve cartas, mas...

Já ninguém escreve cartas, o que é uma pena. Muitos já nem entendem bem qual a lógica de tais coisas, uma vez que têm vivido numa épica em que o imediato é regra e em que coisas como o e-mail, o sms, os skypes desta vida são os únicos caminhos com sentido. 

Porém, as canções, seja em que língua forem, tratando de sentimentos evocam sempre as cartas. Nada das outras coisas imediatas, nada de e-mails e de facetimes e afins. É que apesar de velhinhas, as cartas são românticas, são bonitas. Têm uma história gigantesca e quem nunca recebeu uma carta de amor não sabe o que perdeu. 

Por isso, não deixa de ter uma amarga graça ver que o que é tantas vezes apelidado de ultrapassado é depois repescado para as letras de canções. Não serve para umas coisas, mas serve para as outras. Insultada de um lado, trauteada de outro. Quanta injustiça há nisto!

3 comentários:

  1. Não sei se te recordas mas por acaso falei há tempo sobre isso la no Reino. Só tenho uma amiga com quem troco cartas, a ultima que mandei foi de 6 paginas ahahahah foi pelos anos que nao mandei uma.


    Beijinhos,
    O meu reino da noite ~ facebook ~ bloglovin

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    1. Ois. Não me recordo, mas de facto é mesmo bizarro se pensarmos no assunto.

      Lembrei-me disto porque calhou ouvir uma música que as miúdas novas andam todas a ouvir e lá estava o verso “é a última carta que te escrevo”. Ou seja: na canção serve, porém na vida real já ninguém (ou quase) escreve cartas. Os meus alunos ficavam sempre irritados quando tinham de aprender a escrever uma carta. Nunca percebiam para que servia aquilo. Passarão pela vida a ouvir canções que referirão sempre um acto que eles jamais realizarão. É pena.

      Beijinhos (e para o pequeno príncipe também). :)

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  2. É uma pena, já não me lembro da última vez que escrevi uma. Escrevo postais, mas cartas não.

    Difícil imaginar o que possa ser a literatura epistolar no futuro. Talvez uma compilação de e-mails retirados da cloud ou qualquer coisa assim. Tal como as padarias hipsters: mais ou menos parecido mas nada o mesmo.

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