sábado, 21 de janeiro de 2017

«Nunca digas nunca!»

No outro dia recebi no email uma coisa qualquer da revista Visão que falava sobre a leitura e sobre algumas estratégias para conseguir ler melhor e ter, no fundo, uma experiência de leitura mais proveitosa.

Uma das estratégias referidas passava pela audição de «white noises», coisa que eu nem sabia o que seria. Vinha até, no texto, o exemplo de alguém aparentemente importante e CEO de uma empresa qualquer que jurava a pés juntos que ouvir estes sons tinha sido a única solução para conseguir ler as coisas que os pais lhe punham à frente na tentativa de conseguir formar ali um leitor. O texto continha links para dois exemplos de «white noises» e, por isso, fui lá espreitar e matar um pouco da minha ignorância.

Confesso que os links me levaram a sons que me irritavam mais do que me relaxariam e do que me ajudariam a concentrar. Mas percebi a ideia: «white noises» são sons naturais como o da água a correr, o som da chuva a bater no chão, o som do vento... Enfim, sons relaxantes que não nos obriguem a pensar em nada. Há quem os use para ler, quem os use para adormecer, quem os use para meditar. Eu achei aquilo muito parvo e comentei com o meu moço o que pensava sobre o assunto (ele também não sabia o que eram os tais «white noises»).

Mas depois andei pelo YouTube a ver que outros sons existiam, percebi que até existiam «white noises» para gatos stressados, para os gatos adormecerem, entre outros. Até que descobri uns que consistiam no som da chuva. Fiquei intrigada. Resolvi ler ao som daquilo e, juro-vos, mordi a língua: a concentração dedicada à leitura com aquele som de fundo é totalmente diferente da concentração com música, com a televisão ligada ou mesmo sem qualquer ruído. É como se não conseguisse tirar os olhos do livros porque não vale a pena: estão tão bem a ler, tão confortáveis com a chuva (mesmo que não esteja a chover realmente) que não vale a pena olhar para qualquer outro lugar. Nem vos sei explicar a sensação. Todavia, para mim, que sou uma leitura muito lenta e muito, muito distraída, uma ajuda destas é divinal. Posso dizer-vos que em dois dias despachei dois livros (Capitães da Areia, de Jorge Amado, e Amor de Perdição, do nosso Camilo) sempre com este som a ajudar.

Portanto, meus caros, ficou-me a lição: nunca digas nunca. Gozei com os «white noises» quando percebi o que eram e agora até acho que deviam ser utilizados nas escolas para aumentar a concentração e diminuir o stress. É viver e aprender, viver e aprender...

Nota: Deixo-vos o meu «white noise» favorito. Pode ser que resulte convosco também. Se não, podem sempre gozar com ele.


2 comentários:

  1. Para ler não costumo usar sons, mas para estudar costumava usar música instrumental, especialmente dos Nox Arcana. Claro que chegava a uma altura que estava mais a ouvir a música que a fazer tudo o resto. Nunca experimentei com white noises, mas é uma coisa a considerar (se bem que há uma grande probabilidade de eu adormecer no processo =P ).
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    1. São óptimos para adormeceres, mas enquanto não o fazes, ficas muitíssimo mais concentrada. Experimenta! Com música acontecia-me o mesmo que a ti. Beijinhos.

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