domingo, 15 de setembro de 2013

Ser original

Na semana passada fui a Óbidos com o meu moço. Sabia que agora aquela vila é considerada "literária" devido às várias livrarias que por lá abriram (uma delas numa antiga igreja). Gostei do que vi e pelo que sei nem cheguei a ver as livrarias todas. 

Ora, a livraria Pedro e o Lobo (logo à entrada, depois de passarmos a muralha) é uma das que enriquecem Óbidos. É destinada ao público infantil e tem livros, jogos e brinquedos, sendo estes últimos as coisas mais fofinhas que já vi. Comprei lá um pequeno jogo que procura levar as crianças a utilizar a imaginação ao serviço da escrita e trouxe estes dois lápis de que gostei muito. E porquê? Pelas mensagens que trazem incluídas. Criar em vez de copiar é coisa que nem sempre é linear. Quem tem um blogue, por exemplo, sabe que muito facilmente poderá encontrar os conteúdos que criou noutros espaços, apropriados por alguém com uma terrível falta de imaginação. Mas não só: há quem copie livros, quem copie artigos científicos, quem copie teses... Quem copie de tudo, porque quem copia não tem limites nem escrúpulos. 

Mas o que faz referência à cópia é apenas um. O outro procura, com uma frase muito simples, incentivar a escrita. Numa época de comunicações rápidas, do passa a palavra velozmente, o simples acto de parar e escrever vai-se perdendo. Vivemos tanta coisa todos os dias, somos feitos de tantas histórias por contar que um dia acabarão por morrer connosco sem que tenhamos tido a hipótese ou a vontade de as deixar para outros. Escrever pode libertar-nos um pouco da "lei da morte" de que falava Camões. Nem todos seremos Saramagos ou Pessoas (com p grande, claro), mas escrever faz bem e, independentemente do resultado, pode ajudar-nos a ver melhor por onde andamos e o que queremos.

Se forem a Óbidos, visitem as várias livrarias que por lá abriram. Creio que em breve serão onze. Visitem, também, a Pedro e o Lobo e deixem-se regressar à infância enquanto estiverem por lá. 


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