sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Bom senso e canetas

Depois de pagar dois euros e quarenta por uma caneta e um afia metálico, envio daqui as minhas palavras de solidariedade para os pais que têm nas mãos, neste momento, uma lista de material escolar a comprar com, na melhor das hipóteses, quilómetro e meio. Julgo que deviam existir medidas de austeridade nas listas de itens pedidos pelas escolas porque, honestamente, parece-me que se verificam exageros absurdos em algumas escolas deste país. E quando não são as listas estabelecidas pelas escolas que se esticam para lá do razoável, são os meninos que não sabem reciclar nada de um ano para o outro. Lembro-me de que a borracha que me compraram na primeira classe acompanhou-me até ao décimo primeiro ano. Nenhum aluno deste país ou de outro gasta uma borracha das grandes em menos de três ou quatro anos (e mesmo em cinco ou seis acho difícil). Muitas vezes limitam-se a cortá-las ou a perdê-las, como estou fartinha de ver. Os estojos também não têm de ser novos todos os anos. Pois eu tenho alunos que têm dois em cima da mesa e diferentes dos do ano anterior. Assim como têm embalagens de canetas que custam o que muita gente não chega a ganhar à hora neste país e que passam por todas as tonalidades do arco-íris (e mais ainda).
 
Como em tudo tem de haver bom senso e este deve vir da parte das escolas, mas também da dos pais que não raras vezes se sujeitam a vontades e caprichos que mal podem pagar. Eu que vejo o que muitas vezes acontece ao material escolar ao longo do ano afirmo: tem mesmo de haver bom senso para que não haja desperdício de dinheiro e de materiais.

3 comentários:

  1. adorei esta quixotada pois tenho4filhos e 3 deles na escola 1 na pré ..1 na primária e outro no 6º ano , e cada vez pedem mais e mais ...

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    1. Cara anarute, obrigada pela sua visita. Já que gostou desta quixotada, leia uma outra que escrevi em Junho e que versa sobre o mesmo tema, embora em escolas privadas. Pode encontrá-la aqui: http://asminhasquixotadas.blogspot.pt/2012/06/uma-questao-de-medida.html

      Enquanto aluna já torcia o nariz a alguns exageros que via em certas colegas. Se queriam uma caneta de cada cor, os pais davam, entre outras coisas. Mas mesmo assim, eram outros tempos. A crise não era a que temos hoje e, verdade seja dita, as escolas não exigiam nenhum exagero. Mas hoje, enquanto professora e lembrando-me da minha experiência enquanto aluna, choca-me o tamanho das listas pedidas aos pais, como se a escola fosse uma espécie de clube de luxo em que só entram os que podem. A realidade é que há mesmo muitos que não podem. Levarem-me dois euros e quarenta por uma caneta e um afia levou-me a pensar em quanto não pagam os pais. Pais empregados, pais mal empregados, pais desempregados. E é uma vergonha: os miúdos não precisam de metade do que lhes pedem, embora tentem fazer-nos acreditar que sim.

      Desculpe o tamanho da resposta: é um assunto sobre o qual não me calo.

      Volte sempre! :)

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  2. verdade tao verdade. cometem-se exageros, e as listas recordo-me de ser papel A4, A3 cavalinhos, lápis x e y para desenho, réguas e esquadros, cadernos com limites, lapis de cor da Gioto e Marcadores, era tanta coisa que tendo eu e o meu irmão na escola era um balúrdio que se gastava. Ainda eu reciclava estojo e mochila, e algumas coisas. hoje querem tudo novo, e tudo da moda e de marca. Vaidade é o que é. E os pais têm culpa porque fazem as vontades todas.

    e com os tempos que estamos não dá para isso!

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